quinta-feira, 3 de março de 2011

INFORMABIM 281 A e B

PASSAGEM PARA O FUTURO
(Informabim 281 B)


Irm Antônio do Carmo Ferreira

Somos seres em trânsito e nesta caminhada é costume nos depararmos com satisfações, alegrias, prosperidade, como também com pedras, tropeços, conflitos, dificuldades. Agora mesmo, convivemos com os conflitos decorrentes de dois modelos sociais. Até aqui o modelo referente à sociedade industrial, em exaustão, e abrindo espaço para a sociedade do conhecimento, já em nossa sala.

O primeiro, por todo o avanço tecnológico que alcançou, destronando o homem do sólio da “melhor medida” e tornando-o um complemento. O robô substituindo-o em quase todas as funções, assumindo o exercício de sujeito da ação, povoando nossa sociedade de desempregados, dos quais está repleta, ornamentados de todos os percalços gerados por este ócio compulsório Mas, paradoxalmente, para quem pode adquirir, oferecendo um mundo pleno de conforto, maravilhas e possibilidades.

Estes conflitos, porém, não nos tomaram de assalto. Não chegaram sorrateiros nas caladas da noite de ontem. Eles vêm se anunciando. A notícia da globalização, por exemplo, foi um alerta. E porque não foi levada na devida conta, a atual geração está pagando caro por isto. A tecnologia em desenvolvimento rápido, numa velocidade que nos põe cada vez mais distante de seu alcance.

Pesquisas recentes, neste setor da educação, mostram o fosso que separa nossos jovens, quanto ao nível de saber, de seus coetâneos de outros países. Então este é o grande momento do despertar, porque se encontra em andamento a formulação de um plano educacional, com vistas à inclusão no sistema de trabalho de muitos dos que ora se acham desempregados e, ao mesmo tempo, antecipa idéias que se insinuam como dominantes na era do conhecimento que está chegando.

O Plano Nacional de Educação, para o decênio 2011 a 2020, deverá ser o instrumento dessa teleologia. Vislumbra-se nele tais possibilidades. E se confirma isto no pronunciamento feito pela Presidente Dilma Rousseff na abertura do calendário escolar deste ano, quando Sua Excelência expressa que “nenhum país poderá se desenvolver sem educar bem o seu jovem e capacitá-lo plenamente para o emprego e para as novas necessidades criadas pela sociedade do conhecimento”. Quer dizer, cuida do homem para esses instantes finais da era industrial, sem deixar de investir na preparação dos que se destinam ao mundo da mentefatura, ainda em laboratório, mas na certeza de que há de vir.

Como um dos dirigentes da maçonaria brasileira, tenho pedido a atenção de meus irmãos para estes conflitos, seja analisando o insuficiente nível de conhecimento que detemos perante as atuais exigências da economia globalizada, seja despertando para o esforço que devemos induzir para a melhoria da qualidade da educação que ora proporcionamos.

Indagado por que se pede essa atenção? A resposta está no óbvio. É que a Maçonaria tem como objetivo tornar feliz a humanidade, sendo uma de suas missões o combate à ignorância, mãe de todos os vícios. Então não há como deixar de corresponder a esta convocação. Aliás, temos sido presentes nesta luta, através de fóruns de debate, de assembléias gerais, de firmeza em nossos pronunciamentos e da imprensa.

Recentemente, o Presidente da COMAB, em Mensagem a seus Grão-Mestres, focalizou “a ação pela educação de qualidade, como projeto prioritário” [ ...] contribuindo para que as novas gerações saiam do modelo de preparo de massas para uma mão de obra (era industrial), para desenvolver um espírito pró-ativo para as questões de inclusão social com a geração de oportunidades e renda (era do conhecimento)”. Seu entendimento é que o maçom, neste instante, deve assumir duas bandeiras: “1) conscientizar a parcela da sociedade, formadora de opiniões e a população em geral para o verdadeiro desastre que é a nossa educação pública; e 2) envolver-se pessoalmente, pois educação pública é uma questão por demais relevante para se deixar apenas na mão do Estado.”


E, para isto, não mais dispomos de tempo de carência, pois segundo Alvin Toffler, o futuro já está em nossa sala, aguardando sugestões.

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